Entre eles, o destaque vai para a luta de boxe entre Jake Paul e Mike Tyson, além da transmissão de dois jogos da NFL no dia de Natal, que foram as duas competições com maior transmissão da história da liga de futebol americano
A Netflix ganhou 18,9 milhões de assinantes no último quarto trimestre de 2024, mais que o dobro do consenso dos analistas, que estimavam um incremento de 9,18 milhões. Depois da polêmica estratégia de cobrança por assinante extra, a gigante do streaming passou a apostar em eventos esportivos ao vivo.
Entre eles, o destaque vai para a luta de boxe entre Jake Paul e Mike Tyson, além da transmissão de dois jogos da NFL no dia de Natal, que foram as duas competições com maior transmissão da história da liga de futebol americano.
Mas a cereja do bolo aconteceu com o retorno da popular série sul-coreana “Round 6”, atraindo um número recorde de novos clientes, informou a empresa na noite da última terça-feira (21). A empresa afirmou que a série está a caminho de se tornar uma das suas produções originais mais assistidas.
Este trimestre também marca a última vez que a Netflix reporta suas adições de assinantes, já que a empresa vai passar a enfatizar outras métricas de desempenho, como receita e lucro — uma mudança que os analistas atribuem ao crescimento mais lento de assinantes.
Além disso, a Netflix ainda afirmou que deve aumentar os preços do serviço para a maioria dos planos nos Estados Unidos, Canadá, Portugal e Argentina à medida que continuar a investir em conteúdos especializados.
Com isso, as ações da Netflix subiram cerca de 10% no pós-mercado norte-americano, elevando seu valor de mercado em quase US$ 40 bilhões. Nesta quarta-feira (22), os papéis chegaram a subir mais de 14% no pré-mercado em Wall Street e encerraram o pregão com alta de 9,69%, a US$ 953,99.
É hora da Netflix? Calma lá…
Para Enzo Pacheco, analista da Empiricus, o resultado é positivo, ainda que ele não mantenha a ação na carteira recomendada da casa de análise.
O ponto de atenção para os próximos trimestres está principalmente na receita com publicidade, que vem crescendo ao longo dos últimos trimestres. Vale lembrar que a Netflix passou a ter intervalos patrocinados nos planos mais básicos.
De acordo com a empresa, os planos com propagandas representaram mais de 55% dos novos assinantes nos mercados em que essa opção já está disponível, além do total de usuários desses planos ter crescido 30% em relação ao 3T24.
Inclusive, uma das prioridades para 2025 é melhorar a oferta desses serviços para os anunciantes. “Agora é esperar essas empresas anunciarem seus números para ver se a expectativa se torne realidade”, comenta Pacheco.
Outras linhas do balanço
O lucro líquido da Netflix totalizou US$ 1,869 bilhão, o que representa US$ 4,27 por ação. O valor é 102% maior do que o reportado no mesmo intervalo, um ano atrás. Olhando para o lucro operacional, o indicador encerrou o período nos US$ 2,273 bilhões, alta de 51,9% ante o quarto trimestre de 2023.
A receita da Netflix aumentou 16% em relação ao mesmo período do ano anterior, alcançando US$ 10,2 bilhões, em comparação com as estimativas de Wall Street de US$ 10,1 bilhões para o trimestre, segundo dados da LSEG.
“Entramos em 2025 com forte impulso”, disse a Netflix em sua nota aos investidores, afirmando que adicionou um recorde de 41 milhões de assinantes em 2024 e reacelerou o crescimento.
Com isso, a empresa revisou suas projeções (guidance) e agora prevê uma receita entre US$ 43,5 bilhões e US$ 44,5 bilhões para 2025. Isso representa um aumento de meio bilhão de dólares em relação à projeção anterior.
O guidance atualizado reflete melhores fundamentos comerciais, disse a empresa.
Por fim, a empresa tem a menor taxa de cancelamento entre os serviços de streaming por assinatura, com um índice de 1,8% em dezembro, de acordo com o grupo de pesquisa Antenna.