O ano de 2025 começou aquecido para o investimento coletivo no Brasil. As ofertas via plataformas de crowdfunding regidas pela Resolução CVM 88 movimentaram R$ 790 milhões apenas no primeiro trimestre, o equivalente a 55% de todo o volume captado em 2024, que foi de R$ 1,43 bilhão. Os dados constam no Boletim Econômico da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), referente ao primeiro trimestre deste ano.
No total, o valor emitido de valores mobiliários nos três primeiros meses de 2025 foi de R$ 173 bilhões. Entre os destaques do período estão as debêntures e notas, que somaram R$ 107,3 bilhões em emissões, um crescimento significativo frente aos R$ 82,3 bilhões registrados no mesmo período de 2024.
Em fevereiro, a biotech brasileira Sustineri Piscis, especializada na produção de carne de pescado por cultivo celular, bateu o recorde de maior captação da história do equity crowdfunding no país, superando R$ 8,74 milhões em investimentos na EqSeed. A startup disse que o aporte seria direcionado para acelerar o ganho de escala e aprimorar sua infraestrutura de produção no Campus Tecnológico do Inmetro, em Xerém (RJ), além de viabilizar a introdução de um biorreator de 100 litros até 2026.
Além da movimentação expressiva nas captações, o número de participantes regulados pela CVM também cresceu. Ao todo, são 90.423 agentes regulados no país, um aumento de 3,7% em relação ao ano anterior. Entre eles, chama atenção o avanço do número de consultores de valores mobiliários, tanto pessoas físicas quanto jurídicas, que subiu 24%, totalizando 2.193 participantes.
O boletim também revela que o mercado regulado como um todo atingiu a marca de R$ 38,53 trilhões. Desconsiderando o valor nocional dos produtos derivativos, o montante fica em R$ 16,06 trilhões. Esse avanço foi puxado principalmente pela indústria de fundos de investimento, que alcançou R$ 9,91 trilhões em ativos, representando um salto de 11,5% em comparação ao primeiro trimestre de 2024.
O Boletim Econômico da CVM é publicado trimestralmente pela Assessoria de Análise Econômica, Gestão de Riscos e Integridade (ASA), e substitui os antigos Boletins de Risco e de Mercado, que eram divulgados mensalmente até março de 2021.