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K50 Ventures: Cinco passos para atrair investimentos à LatAm

K50 Ventures: Cinco passos para atrair investimentos à LatAm

O investimento internacional é fundamental para garantir liquidez ao mercado de venture capital na América Latina. No entanto, em tempos de insegurança, é comum que os investidores fujam do capital de risco, ainda mais em países emergentes. Para Daniel Vásquez, senior partner LatAm na K50 Ventures, a saída para este problema está na construção de confiança.

“Hoje tenho que trabalhar muito duro para convencer meus colegas americanos no comitê de investimentos a alocar capital para a LatAm. O velho discurso de que esta é uma região enorme, com pessoas muito talentosas e fortes tendências do setor, simplesmente não funciona mais. Precisamos criar as condições certas e fazer as mudanças certas para tornar o investimento em tecnologia na América Latina realmente atraente para os investidores financeiros. Então, o que precisa mudar? Em uma palavra: confiança”, disse.

Em keynote durante o South Summit Brazil na tarde desta quinta-feira (10), o investidor listou cinco formas de gerar mais confiança por parte do investidor internacional: exits; escalar companhias de tecnologia; inovação; novos entrantes no ecossistema de venture capital; e um papel mais ativo por parte dos investidores locais.

Exits

“O boom tecnológico da América Latina em 2021 foi impulsionado por exits. Naquele ano, a América Latina teve 500 fusões e aquisições e 17 IPOs. Isso foi sem precedentes. Essas saídas provaram que a tecnologia latino-americana não só conseguia gerar retorno financeiro, como também ir longe. Infelizmente, após o IPO do Nubank em 2021, o Brasil vive a maior seca de IPOs em duas décadas.

Precisamos criar as condições certas para que as saídas aconteçam em um nível menor. Não podemos depender dessas saídas gigantescas para impulsionar todo o ecossistema. Estou falando de M&As de pequeno e médio porte de empresas tradicionais, de empresas familiares tradicionais que querem progredir na tecnologia da América Latina e de empresas externas de economias emergentes que assumem os riscos de investir na América Latina. Precisamos enviar uma mensagem clara de que comprar, e não construir, é o caminho certo para progredir no mercado de tecnologia da América Latina. Também precisamos impulsionar mais IPOs, criando regulações mais amigáveis.”

Escala

“Se você é uma corporação buscando um M&A, você precisa investir tempo e esforço em uma transação de grande porte. Precisamos transmitir aos empreendedores a ideia de que eles devem mirar nas estrelas. Mas você não consegue alcançar as estrelas se você não for um foguete. Então, nesse caso, se unir a um foguete pode ser uma boa ideia”

Inovação

“Vemos muitas startups passarem por necessidades porque tinham modelos de negócios mais tradicionais, sem inovação real. E acredito que a América Latina é um dos lugares mais criativos do planeta. Na música, nos artistas, nos atletas. Precisamos levar um pouco dessa criatividade e originalidade para as startups de tecnologia”

Novos entrantes

“Eu comecei um family office em uma família muito tradicional na Colômbia e foi muito difícil convencê-los a investir em negócios de tecnologia. Mas, olhando para trás, essa foi a melhor decisão que tomamos. Isso nos tornou muito mais conectados à região, deu aos nossos negócios operacionais uma visão privilegiada sobre como operar entre tecnologias e nos tornou mais relevantes como empresa e como família. Mas, infelizmente, somos a exceção.

Precisamos garantir que essas famílias mais tradicionais entrem no jogo e entendam o capital de risco. Porque, do contrário, psicologicamente falando, quando os investidores internacionais veem que os investidores locais, as pessoas que melhor conhecem o jogo, não estão investindo na região, eles hesitam. E isso levanta muitas questões”

Investidores locais

“Mas family offices e empresas não conseguem fazer isso sozinhos. Precisamos de fundos de pensão e de instituições treinadas sobre o que é preciso para ser um bom investidor de venture capital. Porque, em última análise, e esta é a ironia, os investidores internacionais só retornarão quando a região for autossustentável. Nós, investidores locais, precisamos garantir que isso aconteça. Como? Precisamos criar redes de relacionamentos.

Perguntei ao chefe de um grande projeto nos EUA o que seria necessário para que eles investissem mais na América Latina recentemente. Sua resposta foi: fechar mais negócios com pessoas em quem confia. Ele não disse empresas, fluxo de caixa ou tecnologia, mas sim confiança. Porque, em última análise, a confiança é o que impulsiona os negócios. A confiança é construída através do contato pessoal, de relacionamentos. E muitos de nós potencialmente não dedicamos tempo suficiente à construção de relacionamentos.

A outra questão é que precisamos promover melhor a nossa região. Acho que é responsabilidade de todos nós promover a nossa região, porque, sejamos honestos, na maioria das vezes as manchetes sobre a América Latina são bastante negativas em todo o mundo. Mas há coisas incríveis na nossa região que precisamos promover”

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