A pandemia de COVID-19 foi um momento de grande sofrimento para a população mundial. No entanto, algumas pessoas conseguiram ressignificar o isolamento social e transformá-lo em oportunidade. A guitarrista Larissa Liveir é um desses exemplos.
Durante o período em que todos estavam reclusos em casa, os vídeos na internet se tornaram uma forma de conexão entre pessoas de diferentes partes do mundo. E foi nesse contexto que Larissa mostrou ao mundo suas habilidades com a guitarra.
Com números expressivos nas redes sociais, a jovem mineira tem levado seu talento além das telas. No próximo dia 14 de junho, ela sobe ao palco do festival Best of Blues and Rock, um dos mais renomados do gênero no Brasil. Em conversa com CLAUDIA, Larissa falou sobre as expectativas para esse novo momento de sua carreira.
Como Larissa se apaixonou pelo rock
O interesse por instrumentos musicais surgiu cedo, aos sete anos, por influência do jogo Guitar Hero. Com apenas oito anos, ela começou a tocar instrumentos reais.
Porém, foi apenas em 2020, aos 18, que decidiu compartilhar seus vídeos no YouTube. Na época, Larissa havia deixado a faculdade de engenharia e retornado à casa dos pais por conta da pandemia – e a internet virou refúgio para sua criatividade.
O primeiro viral da guitarrista
“De início não deu em nada, então deixei de lado. Até que um dia, um amigo me mandou uma mensagem dizendo que o vídeo já tinha mais de 10 mil visualizações. Alguns dias depois, já tínhamos mais de 1 milhão”, relembra.
O vídeo se tornou um dos mais assistidos do gênero no YouTube e marcou o início de uma trajetória de sucesso. Mas nem tudo é fácil nesse caminho. Larissa revela que ainda enfrenta preconceitos por ser uma mulher jovem em um cenário majoritariamente masculino.
Muitas pessoas olham pra mim e falam ‘ah, que bonitinho ela tá tentando’. É como se estivéssemos sempre 10 passos atrás de um homem. E a todo momento tenho que provar que eu sei tocar igual ou melhor do que eles.
A identidade musical de Larissa Liveir
Inspirada por bandas como Led Zeppelin e Guns N’ Roses, Liveir construiu sua identidade musical com base no rock clássico dos anos 70. Entre suas referências femininas, ela destaca Nita Strauss, guitarrista de Alice Cooper, que, coincidentemente, se apresenta no festival no mesmo dia que Larissa.
Best of Blues and Rock
A preparação para o evento tem sido intensa. “Ao mesmo tempo que estou muito feliz, está sendo uma correria e bem desafiador. Mas eu precisava disso para dar um salto na minha carreira. Era exatamente o que eu queria: estar no palco com grandes artistas, em um evento tão prestigiado.”
Larissa tem se envolvido em todos os detalhes da apresentação — desde o figurino da banda até a iluminação do show. Ela acredita que o festival será um divisor de águas em sua trajetória, ajudando a expandir sua presença para além dos vídeos. Os conteúdos para internet continuarão sendo produzidos, mas a artista já planeja novos projetos, incluindo músicas autorais.
“Eu acho que esse show vai me ajudar a encontrar o meu eu artístico.”
Larissa Liveir
Videoclipes também passarão a fazer parte de sua rotina — e um primeiro clipe profissional já está em produção.
Ao olhar para trás, a guitarrista reconhece que seus primeiros vídeos não são tecnicamente os melhores, especialmente por ser uma musicista autodidata.
No entanto, acredita que a dedicação foi fundamental para sua evolução. Mais do que isso, espera se tornar uma referência para outras jovens que desejam se aventurar no mundo dos instrumentos — especialmente no rock. E faz questão de reconhecer que o apoio da família foi essencial para transformar seu sonho em realidade.
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