LEITURA
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Notícia
Até dezembro deste ano, o Ler pra Ser está promovendo ações no Centro Comunitário Vivendo e Aprendendo (CCVA), em Camaragibe, atendendo a 60 crianças
A leitura como direito e cidadania é o ponto de partida do projeto Ler pra Ser, que desde 2009 vem promovendo a difusão da literatura em comunidades que possuem acesso precário a livros.
Idealizada pela produtora e empreendedora cultural Eliz Galvão, por meio da Liga Criativa, a iniciativa dialoga diretamente com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU, especialmente os ODS 4 (Educação de Qualidade) e ODS 10 (Redução das Desigualdades). O projeto leva formação, acervo e valorização da cultura local para territórios invisibilizados.
“Mais do que distribuir livros, o projeto planta possibilidades. Por trás de cada biblioteca móvel doada, há oficinas de contação de histórias, mediação literária, encontros com mestres griôs da oralidade e a publicação de uma revista”, explicou Eliz Galvão, idealizadora e produtora cultural do projeto.
Até dezembro deste ano, o Ler pra Ser está promovendo ações no Centro Comunitário Vivendo e Aprendendo (CCVA), em Camaragibe, na Região Metropolitana do Recife, atendendo a 60 crianças.
Como funciona o projeto
O Ler pra Ser conta com bibliotecas móveis chamadas Caixas de Histórias. Feitas artesanalmente em madeira e montadas sobre rodas, cada unidade carrega cerca de 40 livros voltados ao público infantil, juvenil e adulto, com obras que tratam de identidade, diversidade, cultura popular, acessibilidade e questões sociais urgentes.
Ao longo dos anos, 15 dessas bibliotecas foram entregues, totalizando 600 livros doados. Em 2025, o projeto já passou por Caruaru, no bairro das Rendeiras, no Agreste, e pelo centro de Vicência, na Zona da Mata. Além da entrega de livros, a iniciativa oferece oficinas formativas para crianças e adolescentes, que aprendem a montar espaços de leitura, catalogar livros, criar histórias e mediar rodas de leitura em suas comunidades.
Um dos pilares sociais do projeto é a acessibilidade. O Ler pra Ser oferece vagas para pessoas com deficiência, garantindo que elas participem das oficinas com intérprete de Libras, transporte acessível e livros que abordam temas inclusivos, com letras ampliadas.
Ao longo de todas as edições, o projeto foi incentivado pela Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), Secretaria de Cultura e Governo de Pernambuco, por meio dos recursos do Funcultura.
Projeto Ler para Ser já doou um total de 15 equipamentos literários em cidades de diversas regiões de Pernambuco – Jennyfhem Mendonça
Distribuição de livros em creches e pré-escolas
Enquanto o Ler pra Ser leva literatura a comunidades mais afastadas, oferecendo capacitação para mediadores e envolvendo ativamente a cultura local. Outro projeto tem buscado aumentar a distribuição de livros em creches e pré-escolas em diversas cidades do país: o “Leia para uma Criança”.
Completando 15 anos em 2025, o projeto Leia com uma criança, do Itaú Social, está expandido sua atuação para todos os estados da região Nordeste, com a previsão de distribuir 1,1 milhão de livros para as turmas de creches e pré-escolas das redes municipais de ensino – incluindo as redes de Pernambuco.
A ação beneficia diretamente crianças de 1.793 cidades, por meio das secretarias municipais de Educação, com a entrega de kits contendo dez livros de literatura infantil por turma. A proposta integra o apoio ao Compromisso Nacional Criança Alfabetizada, do governo federal, e ao Programa Leitura e Escrita na Educação Infantil, que visa ampliar os acervos literários e incentivar práticas pedagógicas voltadas à leitura.
Desde seu lançamento, já foram distribuídos mais de 63 milhões de livros. O projeto também passou por diversas reformulações, como a ampliação do acervo literário de salas de referência em creches e pré-escolas, contribuindo para as estratégias pedagógicas dos profissionais da educação infantil.
“Após mais de uma década de atuação, o ‘Leia com uma criança’ passou por um processo de reformulação, e o Itaú Social identificou a necessidade de intensificar seus esforços para garantir o direito à leitura. Desde 2023, a iniciativa vem ampliando o acervo literário de salas de referência de creches e pré-escolas, contribuindo para as estratégias pedagógicas dos profissionais das instituições de Educação Infantil, especialmente para o trabalho das professoras e dos professores. Por meio dos livros, esses profissionais podem desenvolver atividades que promovem a cultura escrita e estimulam experiências de leitura literária de maneira prazerosa, lúdica e significativa”, explicou Juliana Yade, coordenadora de Educação Infantil do Itaú Social.