
Os hábitos de leitura dos brasileiros estão em um declínio histórico. Pela primeira vez desde 2007, a maioria da população brasileira é formada por não-leitores: 53% das pessoas não leram nem parte de um livro – impresso ou digital – de qualquer gênero, incluindo didáticos ou religiosos, nos três meses anteriores à pesquisa.
Os dados são da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil que, desde 2007, acompanha o desenvolvimento do cenário de leitura no país. Realizada pelo Instituto Pró-Livro (IPL) e patrocinada pelo Itaú Unibanco, ela busca conhecer o comportamento e características do leitor brasileiro, suas relações com os livros e hábitos de leitura. Nesta edição, foram entrevistados 5.504 pessoas em 208 municípios.
Dentre os resultados mais importantes, a pesquisa mostra que houve uma redução de 6,7 milhões de leitores no país, durante os últimos quatro anos.
Lembrando que a pesquisa considera leitor “aquele que leu, inteiro ou em partes, pelo menos um livro de qualquer gênero, impresso ou digital, nos últimos 3 meses”. Considerando somente livros lidos por completo, o percentual é ainda menor – cai para apenas 27% dos brasileiros.
Essa redução de leitores aparece em todos os perfis: por faixa etária, gênero, escolaridade, classe, renda entre outros.
Apenas entre a população com 11 e 13 anos e com 70 anos ou mais que não houve redução no percentual. A faixa etária de 11 a 13 anos é, inclusive, a que apresenta o maior percentual de leitores, muito provavelmente porque a pesquisa considera a leitura de livros didáticos.
Na divisão por estados, Santa Catarina aparece liderando, com 64% de leitores na população. Paraná e Ceará dividem o pódio, com 54%. No lado oposto da tabela, o estado com menos percentual de leitores é o Rio Grande do Norte, com 33%. Imediatamente acima dele estão o Mato Grosso (36%) e o Piauí (37%).
No recorte por faixa etária, a leitura motivada pelo gosto diminuiu conforme os indivíduos envelheciam. Entre as crianças de 5 a 10 anos, 38% dizem ler por esse motivo. Durante a adolescência e até os 24 anos, esse índice variava de 31% a 34%. Entre 25 e 29 anos, era de 21%; de 19% para quem estava na faixa dos 30, e 17% para todas as faixas etárias acima de 40 anos.
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