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Qual é o certo: “guspe” ou “cuspe”?

Qual é o certo: “guspe” ou “cuspe”?

Você já se confundiu alguma vez ao falar “cuspe” ou “guspe”? Que dúvida, hein! Mas a resposta é simples: a grafia correta é “cuspe”. Julia Ferreira, Linguista do Redação Nota 1000, explica que a escolha da letra “c” tem relação direta com a origem da palavra, derivada do latim clássico “conspŭo” e do latim vulgar “cospuīre” (junção dos termos “com”, que significa “junto”, adicionado ao termo “spuere”, que quer dizer “cuspir, vomitar”).

Então, por que será que algumas pessoas falam “guspe”? A explicação, segundo Júlia, está na sonorização, um fenômeno fonético bem comum na Língua Portuguesa. Nesse caso, o “c” surdo é trocado pelo “g” sonoro, porque ambos os sons são feitos no mesmo lugar da boca, no palato mole (aquela parte de trás do céu da boca). Apesar de ser justificável pela fonética, vale lembrar que, na norma padrão, o correto é “cuspe”.

Expressões populares e do dia a dia

A palavra “cuspir” está por aí em várias expressões populares, como “cuspir no prato que comeu”, que significa desprezar algo ou alguém que já foi importante, e “cuspido e escarrado”, que quer dizer “muito parecido”. Aqui a gente mostra para você exemplos em que essas expressões são empregadas, além do uso comum da palavra no dia a dia:

  • O cuspe do bebê acabou caindo no colo da visita.
  • É um ato extremamente indelicado expelir cuspe no meio de uma discussão.
  • Na aula de biologia, a professora explicou que o cuspe tem enzimas que ajudam na digestão.
  • O bolo de aniversário ficou cheio de cuspe após a garotinha apagar a vela.
  • Não acredito que ela falou mal da empresa depois de tudo o que aprendeu lá. É como cuspir no prato que comeu!
  • Olha só: aquele menino é cuspido e escarrado do pai! Mesmo sorriso, mesmo jeito de andar.

Cuspe na literatura?

E não é só na fala do dia a dia que o “cuspe” aparece, não! Ele também marca presença na literatura e na música brasileiras. No poema “Matéria de poesia”, de Manoel de Barros, por exemplo, tem o seguinte verso:

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“Todas as coisas cujos valores podem ser
disputados no cuspe à distância
servem para poesia.”

Tem “cuspe” também na música “Mapa do Meu Nada”, performada por Cássia Eller, no trecho:

“Chutando os prédios, pregando prego no prego
Réu da razão, do súplico cuspe fútil”.

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