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“Remela” ou “ramela”: qual é o certo?

“Remela” ou “ramela”: qual é o certo?

Você já acordou, foi ao espelho e viu aquela “melequinha” no canto do olho? Então provavelmente já ouviu (ou falou) os dois nomes para ela: “remela” e “ramela”. Mas será que existe uma forma certa e uma errada? A resposta é simples: ambas estão corretas! Segundo os dicionários de Língua Portuguesa, as duas palavras têm o mesmo significado e podem ser usadas sem medo.

Essa bolinha amarelada é formada por resíduos das lágrimas, que ajudam a lubrificar os olhos. Durante o dia, a parte líquida das lágrimas mantém tudo funcionando direitinho, mas, à noite, a produção de fluido diminui, e os componentes sólidos – como muco e poeira – se acumulam no canto dos olhos, formando a famosa remela (ou ramela).

Na maior parte das vezes, isso é totalmente normal. Mas se a produção for exagerada, esverdeada ou causar irritação, é bom procurar um oftalmologista para descartar infecções.

De onde vêm a remela?

A palavra “remela” vem do latim “mucĭlla”, diminutivo de “mucus”, que significa “muco”. Faz sentido, já que essa secreção tem exatamente essa aparência. Já, “ramela” é uma variação popular da palavra original, resultado das mudanças naturais da língua falada. Esse tipo de troca entre “e” e “a” acontece com algumas palavras, mas no português formal, “remela” ainda é a forma mais aceita.

Frases com remela e ramela

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Remela (ou ramela) em poesia?

Pode parecer estranho, mas até grandes escritores já usaram as palavras “remela” e “ramela” em seus textos. Gregório de Matos, por exemplo, escreveu este verso:

“Assustei-me em ver tanta clerezia,
Que como o trago enfermo de remela,
Cuidei, vinham rezar-me a agonia.
Porém ao pôr da mesa, e postos nela,
Entendi, que vieram da Bahia
Não mais que por papar a cabidela.”

Já o poeta Manoel de Barros, em um tom mais lúdico, incluiu “ramela” no poema “Sonata ao Luar” – mas, nesse caso, o nome foi usado para um cachorro!

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“Sombra boa não tinha e-mail.
Escreveu um bilhete:
Maria me espera debaixo do ingazeiro
quando a lua tiver arta.
Amarrou o bilhete no pescoço do cachorro
e atiçou:
Vai, Ramela, passa!
Ramela alcançou a cozinha num átimo.
Maria leu e sorriu.
Quando a lua ficou arta Maria estava.
E o amor se fez
Sob um luar sem defeito de abril.”

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