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Gestora Latache tenta adquirir controle da Oncoclínicas

Gestora Latache tenta adquirir controle da Oncoclínicas

A gestora Latache, de Renato Azevedo, especializada em ativos em situações de estresse, está tentando adquirir o controle da Oncoclínicas (ONCO3), segundo apurou o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. Em dezembro do ano passado, fez uma proposta para ficar com a fatia de 20,76% que o Goldman Sachs tem na empresa de saúde e, caso fosse bem-sucedido, faria uma oferta pelos 19,90% do Banco Master. Com seus atuais 10,19% de participação, a Latache alcançaria perto de 51%.

Procurados, Latache, Master e o Goldman Sachs não comentaram.

A proposta de aquisição, segundo pessoas a par das negociações, foi recusada pelo Goldman Sachs.

Na ocasião, representava um ágio de mais de 70%, considerando que a oferta foi feita a R$ 4,30, e as ações estavam sendo negociadas na casa dos R$ 2,50 ao longo de dezembro.

A oferta previa ainda um prêmio sobre a valorização das ações no futuro, diante da tese de que as ações da Oncoclínicas subiriam sob um novo comando e havendo um grupo controlador. A gestora tentou até ir à sede do banco em Nova York para buscar um acordo.

Com a recusa do Goldman Sachs, a Latache começou a adquirir ações no mercado este ano e não desistiu de chegar a uma parcela maior de participação.

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O estatuto social da Oncoclínicas possui uma cláusula de poison pill, que obriga a abertura de uma oferta pública de aquisições de todas as ações (OPA) para acionistas que ultrapassem 15% de participação.

Pessoas que acompanham o caso afirmam que a Latache está disposta a realizar a OPA se conseguir comprar participações de outros sócios.

A chegada do Banco Master na Oncoclínicas aconteceu no ano passado, por meio uma capitalização de R$ 1,5 bilhão, ancorada pelo banco e por Bruno Ferrari, médico e fundador da Oncoclínicas em 2010.

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O aumento de capital foi realizado a R$ 13,00 por ação. Nesta operação o poison pill não foi acionado por se tratar de aumento de capital.

Alternativa

O Goldman Sachs partiu para outra solução a fim de se desvincular da Oncoclínicas. A Coluna do Broadcast informou que o Goldman está tentando estruturar uma operação no mercado de derivativos para afastar seu nome da sociedade, chamada no mercado de “total return swap”.

Nessa operação, outro investidor compra a ação da Oncoclínicas e faz um contrato de ‘swap’ (derivativo) com o Goldman.

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Esse banco comprador fica com seu nome entre os sócios da empresa, mas o banco americano ainda fica exposto às oscilações do papel. A operação é feita por um período fixo, mas pode ser renovada periodicamente.

O Goldman investiu pela primeira vez na empresa em 2015, chegou a ter 60% da Oncoclínicas, mas viu sua participação ser diluída após não participar de dois aumentos de capital da companhia.

Além da capitalização de R$ 1,5 bilhão ancorada pelo Banco Master e por Bruno Ferrari, a Oncoclínicas realizou em 2023 uma oferta subsequente (follow-on) em Bolsa, levantando R$ 900 milhões, na época com a ação a R$ 10,25.

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Ambos aumentos de capital vieram com intenção de ajustar a estrutura de capital da Oncoclínicas, afetada por adversidades que atingem o segmento de saúde, em meio à digestão de uma série de aquisições feitas visando expansão.

A Oncoclínicas abriu o capital em agosto de 2021, uma das últimas empresas que conseguiu acessar o mercado antes do fechamento que dura até hoje.

A oferta movimentou R$ 3,6 bilhões, com a ação a R$ 19,75, abaixo do piso da faixa proposta. Na última sexta-feira, o papel fechou a R$ 5,29.

Nos resultados, a Oncoclínicas teve queda de 81,5% no lucro líquido nos três primeiros trimestres de 2024, para R$ 41,8 milhões. A dívida líquida financeira era de R$ 3,3 bilhões ao final de setembro.

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